domingo, 31 de julho de 2011

USO DO HÍFEN COM PREFIXOS E FALSOS PREFIXOS SEGUNDO O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

1 –  PREFIXOS (ou falsos prefixos) terminados em VOGAL.

a) Usa-se o hífen caso o segundo elemento seja iniciado por vogal idêntica.
Ex.: contra-ataque, anti-inflamatório, auto-observação, micro-ondas, tele-entrega.

b) Não se utiliza o hífen caso o segundo elemento seja iniciado por vogal diferente.
Ex.: antiaéreo, coeducação, extraescolar, aeroespacial, autoestrada, autoaprendizagem, agroindustrial, hidroelétrico, plurianual.

OBSERVAÇÃO: Com o prefixo CO, não se usa hífen ainda que o segundo termo seja iniciado por vogal idêntica.
Ex.: cooperar, cooperação, coordenar, coordenador, coordenação, coocupante, coobrigação.

2 – Usa-se o hífen se o prefixo (ou falso prefixo) terminar em R e o segundo termo for iniciado também por R.
Ex.: inter-regional. hiper-requintado, super-realista.

3 – Usa-se o hífen com qualquer prefixo caso o segundo elemento seja iniciado por H.
Ex.: anti-horário, super-homem, anti-higiênico, extra-humano, co-herdeiro.

OBSERVAÇÃO: Não há uso do hífen caso um prefixo se junte a um termo que tenha perdido o H inicial no processo de formação da nova palavra.
Ex. coabitar, coabitação (habitação), desumano (humano), inábil (hábil)

4 – Usa-se o hífen nas formações com os prefixos CIRCUM e PAN, quando o segundo elemento começar por vogal, m, n ou h.
Ex.:circum-escolar, circum-murado, circum-navegação; pan-africano, pan-mágico, pan-negritude, pan-histórico

5 – Usa-se hífen nos compostos com os prefixos AB, OB, SOB SUB se o segundo elemento iniciar por B, R ou H.
Ex.; ab-rogar (pôr em desuso), ob-reptício (ardiloso, astucioso), sob-roda, sub-hepático.

6 – Usa-se o hífen com os prefixos ALÉM, AQUÉM, RECÉM, SEM.
Ex.: além-mar, aquém-fronteira, recém-casados, sem-terra.

7 – Usa-se o hífen com os prefixos EX, SOTO, VICE, VIZO, PÓS, PRÉ, PRÓ, independente de como seja iniciado o segundo elemento.
Ex.: ex-diretor, soto-capataz, vizo-rei, pós-graduação (mas pospor), pré-natal (mas previsão), pró-universitário (mas promover).

8 – Caso o prefixo (ou falso prefixo) termine em vogal e o segundo elemento seja iniciado por R ou S, duplicam-se essas consoantes e não se utiliza mais o hífen.
Ex.: autorregulamentação, antessala, infrassom, antirreligioso, antissemita, contrarregra, contrassenha, cosseno, extrarregular, infrassom, minissaia, tal como biorritmo, biossatélite, eletrossiderurgia, microssistema, microrradiografia.

9 – Emprega-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando, não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares (tipo: a divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade, a ponte  Rio-Niterói, o percurso Lisboa-Coimbra-Porto, a ligação  Angola-Moçambique) e bem assim nas combinações históricas ou ocasionais de topónimos/topônimos (tipo: Áustria-Hungria, Alsácia-Lorena, Angola-Brasil, Tóquio-Rio de Janeiro, etc.)

10 – Os compostos com os advérbios BEM e MAL serão grafados com hífen quando formarem um adjetivo ou substantivo composto e o segundo elemento for iniciado por VOGAL ou H.
Ex. bem-aventurado, bem-apessoado, bem-estar, bem-humorado, mal-arrumado, mal-educado, mal-humorado, mal-estar.

OBSERVAÇÃO: O advérbio BEM não se aglutina a muitos elementos iniciados por consoantes.
Ex.: bem-criado (mas malcriado), bem-falante (mas malfalante), bem-nascido (mas malnascido)

 Em muitos compostos, o advérbio BEM aparece aglutinado com o segundo elemento, quer este tenha ou não vida à parte: benfazejo, benfeito, benfeitor, benquerença, etc

sábado, 30 de julho de 2011

NOVAS REGRAS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA II

Há muitos que não veem justificativa para o novo acordo, bem como partilham a ideia de que retirar todos os acentos das palavras da nossa Língua seria o mais sensato. No entanto, vale lembrar que a acentuação gráfica das palavras se deve a motivos distintos e justificáveis.
1 - há muitas palavras cuja pronúncia correta depende da acentuação, visto que há outra(s) cuja grafia é idêntica. Nesses casos, apenas a presença de uma MARCA (acentuação) é capaz de torná-las diferentes.
- Secreria - secretaria / fografo - fotografo / ancia - agencia.

2 - há outras palavras cuja tonicidade na Língua de origem foi preservada, de modo que a presença do acento em Língua Portuguesa é uma questão história (etimológica). As proparoxítonas estão nesse grupo.
- lâmpada, póstumo, vândalo, etc

3 - há, ainda, aquelas cuja acentuação tônica é, em Língua Portuguesa, artificial, como todas as palavras oxítonas, visto não haver no Latim palavras com essa característica. Naquela língua, as palavras eram, no máximo, paroxítonas. Isso, aliás, explica o regime de oposição entre a acentuação das palavras paroxítonas e as oxítonas na nossa Língua. Significa dizer que as regras que recomendam a acentuação de palavras oxítonas funcionam como um impedimento para a acentuação das paroxítonas com a mesma terminação. Vejamos:
a) oxítonas acentuadas: terminadas em A(s), E(s), O(s), EM, ENS
b) paroxítonas acentuadas: todas as NÃO TERMINADAS em A(s), E(s), O(s), EM e ENS.

4 - há, por fim, os acentos necessários apenas para que se diferencie o SOM (fechado ou aberto) da pronúncia ou o número na pessoa da forma verbal (singular/ plural), os chamados acentos DIFERENCIAIS.

Assim, vê-se que não seria possível uma retirada completa da acentuação, mas apenas retirados aqueles acentos que já não se justificam, por não serem necessários realmente para fins de distinção entre palavras.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

NOVAS REGRAS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA

O novo acordo ortográfico trouxe algumas mudanças nas regras de acentuação na nossa Língua. No entanto, elas atingiram, na sua maior parte, apenas palavras paroxítonas, o que demonstra não terem sido as modificações, nem tão numerosas, nem tão profundas quanto se possa imaginar.

1 – O trema (¨), sinal utilizado até então para indicar o U pronunciado e átono (fraco), nos grupos QUI, QUE, GUI, GUE, não será mais utilizado em palavras da Língua Portuguesa. Assim, a partir do novo acordo, escreve-se:
eQUino, eQUestre, freQUente, aGUentar, linGUística, sanGUíneo.

Obeservação: Palavras estrangeiras, já grafadas com trema na língua de origem, continuarão sendo acentuadas com trema (Müller).

2 – Os ditongos abertos ÉI, ÉU, ÓI, deixarão de ser acentuados se ocorrerem em palavras paroxítonas.
Céu, dói, herói, chapéu, anzóis, carretéis;

Mas
Jiboia, colmeia, assembleia, alcateia, paranoia (sem acento).

3 – Nos hiatos, o I e o U tõnicos, formando sílaba sozinhos ou acompanhados de S já não eram acentuados caso viessem sucedidos de NH.Com o novo acordo, também deixarão de ser acentuados caso sejam antecedidos de ditongo, em palavras paroxítonas.
Açaí, baú, timbaúva, saída, caíste, balaústre, maiúscula, veículo (as duas últimas também podem ser incluídas no grupo das palavras acentuadas por serem proparoxítonas);

Mas
Rainha, ladainha e bocaiuva, feiura, baiuca.

4 – As duplas vogais OO e EE deixam de ser acentuadas quando a primeira das duas for tônica.
Voo(voar), enjoo(enjoar), perdoo(perdoar), leem (ler), deem(dar), veem(ver), creem(crer).

5 – Dos acentos diferenciais permanecem apenas os seguintes:
Pôr (infinitivo verbal)                       por (preposição)
- Vamos pôr os livros no lugar e sair por outra porta.

Pôde (3ª p.sing. pret. perf.. ind.)           pode (3ª p. sing. pres. ind.)
Ontem ele não pôde vir, mas hoje ele pode.

Ele    tem        vem                eles    têm          vêm
         contém   convém                   contêm     convêm

Esta casa tem dois quartos, e aquelas têm três.
Júlia vem morar conosco e seus irmãos vêm visitá-la no verão.

COESÃO TEXTUAL

A coesão é o processo por meio do qual se atribui caráter de unidade significativa a um texto. É com ela que se estabelecem as conexões de um texto consigo mesmo e com o contexto no qual ele está inserido.Para isso, variadas são as possibilidades, indo do simples uso de pronomes (pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos), passando pelos numerais, pelos advérbios, pela sinonímia e chegando aos nexos oracionais. Bem utilizada, essa ferramenta faz de uma série de informações algo único, inteiro, cujo sentido flui naturalmente de acordo com o interesse de quem escreve.
Veja só:
A coragem e a persistência são características de um vencedor. Juntas, elas fazem de um indivíduo comum, alguém capaz das maiores conquistas. Isso pode ser constatados ao se analisar a trajetória de pessoas como Nelson Mandela ou Beethoven. Quanto ao primeiro, a história nos mostra todas as dificuldades pelas quais passou até atingir seu objetivo maior, a igualdade de direitos para os africanos. Em relação ao segundo, sua surdez precoce e sua arte são suficientes para justificar mencioná-lo no rol dos que se superaram contra todas as expectativas.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

PARALELISMO SINTÁTICO

Observar o que se chama de paralelismo sintático é fundamental em qualquer tipo de texto que se pretenda elaborar. Ao enumerar termos, sejam verbos, sejam substantivos, há que se manter todos os itens na mesma classe gramatica.
Ex:. Escrever bem depende de vários aspectos: planejamento, conhecimento do assunto e saber para quem se escreve. INADEQUADO
A forma verbal SABER quebrou o paralelismo da enumeração. Então vejamos:
      Escrever bem depende de vários aspectos: planejamento, conhecimento do assunto e clareza quanto ao destinatário do texto. CORRETO

CLAREZA E CONCISÃO

Ser claro e objetivo é indispensável quando se quer um bom texto. Nada mais chato do que deparar com informações confusas, ou em demasia, ou as duas coisas juntas. Vá direto ao assunto e proporcione ao leitor prazer ao ler.