sábado, 30 de julho de 2011

NOVAS REGRAS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA II

Há muitos que não veem justificativa para o novo acordo, bem como partilham a ideia de que retirar todos os acentos das palavras da nossa Língua seria o mais sensato. No entanto, vale lembrar que a acentuação gráfica das palavras se deve a motivos distintos e justificáveis.
1 - há muitas palavras cuja pronúncia correta depende da acentuação, visto que há outra(s) cuja grafia é idêntica. Nesses casos, apenas a presença de uma MARCA (acentuação) é capaz de torná-las diferentes.
- Secreria - secretaria / fografo - fotografo / ancia - agencia.

2 - há outras palavras cuja tonicidade na Língua de origem foi preservada, de modo que a presença do acento em Língua Portuguesa é uma questão história (etimológica). As proparoxítonas estão nesse grupo.
- lâmpada, póstumo, vândalo, etc

3 - há, ainda, aquelas cuja acentuação tônica é, em Língua Portuguesa, artificial, como todas as palavras oxítonas, visto não haver no Latim palavras com essa característica. Naquela língua, as palavras eram, no máximo, paroxítonas. Isso, aliás, explica o regime de oposição entre a acentuação das palavras paroxítonas e as oxítonas na nossa Língua. Significa dizer que as regras que recomendam a acentuação de palavras oxítonas funcionam como um impedimento para a acentuação das paroxítonas com a mesma terminação. Vejamos:
a) oxítonas acentuadas: terminadas em A(s), E(s), O(s), EM, ENS
b) paroxítonas acentuadas: todas as NÃO TERMINADAS em A(s), E(s), O(s), EM e ENS.

4 - há, por fim, os acentos necessários apenas para que se diferencie o SOM (fechado ou aberto) da pronúncia ou o número na pessoa da forma verbal (singular/ plural), os chamados acentos DIFERENCIAIS.

Assim, vê-se que não seria possível uma retirada completa da acentuação, mas apenas retirados aqueles acentos que já não se justificam, por não serem necessários realmente para fins de distinção entre palavras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário